aboutme

Uma moça polida levando uma vida lascada. O resto é blues, amor, jazz, rock, velharias e muita má sorte... Apenas pesadelos ou sonhos. Me resumo a isso.


14 de Novembro, Nova York.
Elisa, estou em Paris e é a cidade mais bonita que eu já conheci. Não é à toa que chamam de Cidade Luz, aqui à noite é como se fosse dia, tudo muito iluminado, pessoas com vontade de viver andando para todos os lados, artistas pintando a Torre Eiffel à luz do luar e romance... Muito romance no ar.

Quando cheguei aqui e vi todo esse romance "respirando" Paris, desejei que você estivesse aqui comigo. Para tirarmos fotos no Arco do Triunfo, na Torre Eiffel, nos restaurantes e parques, queria poder te abraçar e respirar romance com Paris.

Já é o meu décimo oitavo dia aqui, e não teve um dia -sequer, que eu não tivesse escrito para você, relatando cada detalhe do meu dia. Então, dessa vez, não vou fazer diferente, contarei-lhe-ei tudo o que me aconteceu hoje, e espero quee você entenda. Mas antes de continuar a ler, lembre-se: eu nunca menti para você, em todos os nossos momentos eu nunca omiti ou escondi algo de você.


Hoje é dia quatorze aí em Nova York, mas já é dia dezeseis aqui em Paris. Acordei às seis, como faço todos os dias, e fui para o jornal. O dia estava maçante, fazia um calor que eu nunca tinha sentido desde que cheguei aqui, então eu estava suando e nervoso, pois não tinha nada em mente para a coluna do jornal. Decidi ir para a varanda do prédio e fumar um cigarro para ver se eu conseguia me acalmar.

Já tinham se passado quarenta minutos e tres cigarros, mas nada da minha mente começar a produzir. Quando eu ia para o quarto cigarro, alguém sentou-se ao meu lado. Eu estava de olhos fechados, deixando que os raios dos vinte e dois graus celcius que estava fazendo em Paris, me acalmasse e me desse algum ponto de luz. Mas alguém sentou ao meu lado e me pediu o meu isqueiro. Eu precisava me concentrar, então nem abri os olhos, só estiquei a mão e estendi o isqueiro que eu já segurava pois iria acender o cigarro que pendia em meus lábios, mas tive que abrir os olhos, pois assim que esse alguém pedou o isqueiro, puxou meu cigarro e acendeu-o para si.


Os raios dos vinte e dois graus celcius de Paris, não eram tão fortes como os que surgem nos dias quentes de Nova York, mas foram suficientes para me deixar cego por dois segudos. Precisei piscar algumas vezes para me situar. Devo ter passado muito tempo com os olhos fechados.





Ela se apresentou, seu nome era Melanie, tinha vinte e quatro anos, estagiava em uma revista de moda, tinha dois cachorros e uma tartaruga, já tinha pintado o cabelo tres vezes, sua cor predileta era cinza e ela odiava cerveja.

Você deve estar rindo agora, ou se perguntando como eu sei disso tudo, e a resposta é: ela não parou de falar um segundo. Foram duas horas inteiras sem pausa para respirar! E eu não tive a chance de falar de mim ou manda-la ir embora. A essa altura, eu já não conseguia mais.


Elisa, eu me apaixonei.


No instante em que ela fez com que eu abrisse os olhos, eu me apaixonei. Eu não conseguia parar de pensar por onde ela andou em todo esse temmpo. Eu só sabia que não podia deixa-la ir.


Hoje, no meu décimo oitavo dia aqui, eupensei em alguém diferente, alguém que não fosse você. E esse alguém, foi a Melanie.


Ela é doce, gentil, tem uma fome de vida que deixaria qualquer um impressionado, até mesmo você...


Me perdoa pelas palavras sinceras, que podem parecer duras ditas assim... de uma forma tão livre... mas você foi a dona dos meus pensamentos durante tres anos, e eu preciso ser sincero com você.

Não pense que eu não gostei de você nunca. Eu gostei de você, sempre ! E ainda gosto. E é por isso que estou sendo verdadeiro.

Elisa, não espere por mim. Eu não voltarei.


Eu queria poder te falar tudo isso pessoalmente, porém não consigo mais me afastar. Melanie tem tanta fome de vida, que eu morro de medo de voltar e não encontra-la mais aqui. Eu quero acompanha-la para qualquer lugar que ela vá.

Eu, agora, também criei fome de vida, Elisa. E preciso ficar com Melanie, pois ela é assim também.

Me perdoe, seja feliz.
Edgar, 16 de novembro, Paris.


- Ele foi sincero, e me partiu em pedaços.



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