aboutme

Uma moça polida levando uma vida lascada. O resto é blues, amor, jazz, rock, velharias e muita má sorte... Apenas pesadelos ou sonhos. Me resumo a isso.

Please, do not disturbe me!




Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências.
Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente.
Tenho tanta coisa guardada, sentimentalmente boa, que você se surpreenderia.
Sei que não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir 'vezenquando' até sorrio…
É sombrio ver as coisas por esse ponto de vista, mas chorar está permitido por aqui... até porque, talvez, seja a coisa que eu mais tenho feito ultimamente, então as pessoas acostumaram-se com essa minha tristeza contínua.
É que.. sei la.. as vezes pareço um dos milhares de pedaços, de um cristal partido em cacos.
Me sinto só, e sei que mesmo tendo partes que se encaixam a mim... nenhuma delas serve mais.
O que eu quero dizer, é que tenho um amor frio e sozinho aqui, esperando alguém para acalentar.


Pegue tudo que te faça lembrar e coloque em uma caixa. Pronto, já começa daí.

Não, se você acha que é só fazer isso e o seu coração vai dar uma guinada pra frente: não é! Mas já ajuda.

Sabe porque ?

Porque o desapego começa aos poucos.

Então vamos lá, vou contar uma história.

Eu era apegada, apegada demais. A todas as nossas idas e vindas, a todas as fotos espalhadas pelo quarto, a todos os bichos de pelúcia em cima da cama, a todas as suas blusas esquecidas por aqui, a cada moldura dos porta-retratos que você me deu, ao perfume que você mais gostava em minha pele, às roupas que você sempre me elogiava quando me via usar, à cor de esmalte que você sempre sugeria que eu usasse.

Achei que se eu pegasse os porta-retratos e tirasse as nossas fotos e colocasse outras, daria certo. Mas não deu, a dor de excluir o objeto do meu lar, era maior que tudo. Achei que abraçar outros ursos de pelúcia ao dormir, me faria não sonhar com você. Mas eu acabava era não dormindo. Achei que se eu trocasse algumas coisas de lugar , daria certo. Mas nada funcionava, e isso porque eu não tirava e jogava fora, eu só mudava de lugar. Então de uma forma ou de outra, estaria sempre presente no espaço ao qual eu pertencia.

Certas vezes, eu entrava e saia do quarto sem nem me tocar nas varias fotos pelo mural, nos ursos pela cama, no perfume que eu estava usando ou em qualquer outra coisa. Mas aí chegava a hora de dormir e eu me via usando uma camiseta sua, esquecida aqui tempos atrás. E nessa hora o meu sub-consciente trabalhava de tal forma que eu jurava que podia sentir seu cheiro na camisa. E, na verdade, o máximo que eu sentia era cheiro de sabão em pó! Afinal, a camisa já tinha sido lavada dezenas de vezes então era totalmente impossível eu estar sentindo o cheiro dele, mas era a porra do meu sub-consciente trabalhando pra fazer com que a lembrança - e desse modo, a dor também- voltassem à tona.

Daí eu olhava pro lado, e me via cercada pelos ursos de pelúcia com os nomes loucos que inventávamos. Desviava o olhar e ele acabava parando nos meus murais, onde umas três dúzias de fotos nossas estavam penduradas.

Merda!

Lágrimas vinham e eu não conseguia contê-las, a dor aumentava e eu me encolhia sob os lençóis, achando que se eu diminuísse
a dor talvez começasse a ficar pequena também. Mas eu estava enganada. Nada adiantava. Minhas lágrimas viravam um rio de águas que caíam dos meus olhos, e pequenos ruídos vinham juntos que acabavam se transformando em soluços desesperados pedindo por paz no meu coração.

DESAPEGUE-SE.

Essa dor era ruim demais.
Eu sempre fui contra aos desapegados, mas deixe-me explicar o porque de eu ainda ser: eu sou contra aos desapegados a tudo; ao trabalho, aos amigos, à vida, aos seres humanos, aos animais, aos sentimentos, às cartas, às roupas velhinhas e puídas mas que você tem há anos. Agora, aos que se desapegam de algo para libertarem-se de outra coisa, aí sim, desses eu sou a favor.

E neles também me inspirei. Nos que se desapegam para se libertar.
Foi o que eu fiz.

Decidi começar a encaixotar tudo: fotos, molduras, ursos, presentes. Devolvi o que era dele, e encaixotei o que veio dele. O perfume que ele mais gostava acabou e eu decidi não comprar outro frasco. O esmalte que ele gostava nem era a minha cor predileta, então sumiu da minha gaveta também.

ENUDAÇA-SE CASO SEJA PRECISO.




Caso tudo ainda te lembre ele, empacote e encaixote tudo e em seguida mande tudo por correio sem remetente, você se sentirá livre.

Eu, enfim, me senti em paz.




Era primavera, as flores começavam a desabrochar novamente.

Os lençóis da enorme cama eram brancos, as cortinas de um azul imperial tão digno da realeza que eu me sentia dentro de um castelo deitada dentro daquele enorme quarto bem decorado.

Feixes de luz passavam por uma fresta fina da grossa cortina, a luz que vinha batia direto no seu rosto e você acordou.

É impressionante o modo como eu ainda me surpreendo com a sua beleza, seu corpo moreno e atlético, seu cabelo macio, suas mãos grandes, suas costas largas, seu braço firme, seu abdômen definido, suas pernas grossas e sua barba por fazer.

Sua barba roçou, então, em minhas bochechas delicadas.
Era macia, gostosa.

Eu ficaria deitada na cama o dia inteiro se fosse para senti-la desse modo carinhoso durante as horas.

Um sorriso, eu abri os olhos.


Seu nariz colado ao meu, fazendo carinho de esquimó e sua voz rouca me desejando um bom-dia.

Você continua a acarinhar-me. Do carinho de esquimó, para os dedos alisando a minha bochecha. Daí você partiu, com suas mãos quentes, para os fios longos e ondulados do meu cabelo macio. Depois desceu, com o dedo, pelas linhas do meu corpo chegando até a cintura e subindo novamente.

Sento-me para te ver melhor, beijo-te.

Novamente sinto a sua barba macia.

Ouso toca-las com os meus dedos finos, não quero soltar.

Você retribui o meu beijo, e me puxa mais para si.

Eu queria ficar nessa cama enorme, de brancos lençóis; desse quarto bem decorado, de cortinas imperiais; com você até a próxima primavera.

Você está aqui, eu não preciso de mais nada.

Você está por perto, e eu existo. Não me deixe.


MAKE-ME HAPPY , serão fotos que me encantam de alguma forma. Que eu acho fofinhas ou que , no momento, me faça sentir algo mesmo sem um texto pra postar.

Tipo a foto acima, que me lembra domingo, cookies, fim de tarde e paixão!

A cada manhã era um sonho novo, uma nova história, uma coisa pra pensar.


Até que em uma certa manhã cinzenta de Outubro, um rosto diferente apareceu no meu inconsciente e desde então continua a me perseguir todas as vezes que deito minha cabeça no travesseiro.

Esse tal rosto, me persegue, me diz coisas, mas todas elas eu não consigo ouvir.

O rosto de alguém , um alguém que grita para mim e eu não consigo escutar uma única letra.

Chora, implora, ajoelha-se e eu não entendo.

Fala, grita, esperneia e eu continuo sem entender.

E daí, veio um sonho diferente.

Esse alguém, dono desse rosto, deitado e pálido.

Sem forças, nem lágrimas.
Sem gritos ou esperneios.

Apenas dor em seu olhar, angustia em seu rosto, aflição.

Uma palavra, ouvi o som.

Espanto.

Eu estava entendendo, enfim eu conseguira escutar um som do que o tal rosto dizia. Finalmente eu estava ouvindo o que esse alguém tinha a me dizer. E assim que a primeira letra saiu, foi como um soco forte na boca do estômago.

Da voz, eu reconheci o rosto.

Outro soco, eu já estava no chão.

O tal rosto, era o seu rosto.

A tal frase era que você precisava de mim, e estava morrendo.

Eu poderia te salvar.

Você fechou os olhos, eu estava chorando.

Eu me debrucei e te sacudi, mas você não acordava.

Você se foi, era tarde demais, eu não pude te salvar.

Agora eu deito e não te acho mais no meu inconsciente.

Era um pedido de ajuda, como eu pude negar ? Como pude ser tão estúpida ao ponto de não reconhecer seu rosto ?

Agora sou um alguém sem sonhos. Sem esperanças. E sem sentimentos.

Eu morri, assim que você fechou os olhos.

Pode ser o jeito doce que você toca em meus cabelos, ou o modo caloroso como olha em meus olhos a cada manhã. Na verdade, eu não sei o real motivo, mas me encontro mais apaixonada por você a cada dia que passa, mesmo não sabendo que isso era possível.


Pode ter sido o jeito que tudo começou, pode ser o jeito que você me diz que sou linda sempre que eu não espero que você diga, ou pode ser apenas uma coisinha dizendo que é você a pessoa que faltava pra completar a minha vida. Um tal de sexto sentido - conhece ? - me avisando que eu vou continuar a me apaixonar mais, e mais, por você a cada vez que eu acordar e te ver me olhando; e a cada vez que você dormir comigo te observando.

Só teve um jeito de nós começarmos isso.

Foi eu me descobrindo, descobrindo você.
Foi você se descobrindo, descobrindo a mim.

Cada passo, cada digital, cada fio de cabelo, cada linha do seu corpo, cada gesto das suas mãos, cada expressão facial, cada olhar e todos os seus nove sorrisos.

Um sorriso pra quando você está feliz de verdade,
Outro pra quando você fica sem graça.
Um pra quando você se emociona,
E mais um pra quando você sabe que não fez a coisa certa.
Um pra consolar,
E a sua gargalhada mais gostosa.
Outro pra quando ri das bobagens que eu falo,
E mais um pra me contar alguma coisa delicada.

Mas o sorriso que eu mais gosto, ainda é aquele, sereno e calmo.. que você me dá toda vez em que olha nos meus olhos, diz que eu sou sua e diz que me ama.

Nunca perca esse, pois é - para mim - o mais valioso.

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