A cada manhã era um sonho novo, uma nova história, uma coisa pra pensar.
Até que em uma certa manhã cinzenta de Outubro, um rosto diferente apareceu no meu inconsciente e desde então continua a me perseguir todas as vezes que deito minha cabeça no travesseiro.
Esse tal rosto, me persegue, me diz coisas, mas todas elas eu não consigo ouvir.
O rosto de alguém , um alguém que grita para mim e eu não consigo escutar uma única letra.
Chora, implora, ajoelha-se e eu não entendo.
Fala, grita, esperneia e eu continuo sem entender.
E daí, veio um sonho diferente.
Esse alguém, dono desse rosto, deitado e pálido.
Sem forças, nem lágrimas.
Sem gritos ou esperneios.
Apenas dor em seu olhar, angustia em seu rosto, aflição.
Uma palavra, ouvi o som.
Espanto.
Eu estava entendendo, enfim eu conseguira escutar um som do que o tal rosto dizia. Finalmente eu estava ouvindo o que esse alguém tinha a me dizer. E assim que a primeira letra saiu, foi como um soco forte na boca do estômago.
Da voz, eu reconheci o rosto.
Outro soco, eu já estava no chão.
O tal rosto, era o seu rosto.
A tal frase era que você precisava de mim, e estava morrendo.
Eu poderia te salvar.
Você fechou os olhos, eu estava chorando.
Eu me debrucei e te sacudi, mas você não acordava.
Você se foi, era tarde demais, eu não pude te salvar.
Agora eu deito e não te acho mais no meu inconsciente.
Era um pedido de ajuda, como eu pude negar ? Como pude ser tão estúpida ao ponto de não reconhecer seu rosto ?
Agora sou um alguém sem sonhos. Sem esperanças. E sem sentimentos.
Eu morri, assim que você fechou os olhos.
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