aboutme

Uma moça polida levando uma vida lascada. O resto é blues, amor, jazz, rock, velharias e muita má sorte... Apenas pesadelos ou sonhos. Me resumo a isso.

Eu estava deitada em sua cama, nua, de costas, depois de maravilhosas horas de amor (para mim, para ele era só sexo).
Ele me acariciava, mas não de modo indelicado ... muito pelo contrário.
Eu sentia carinho em seu toque, eu sentia meus pelos se arrepiarem onde suas mãos encostavam .
E ele ficou ali, brincando de desenhar com os próprios dedos pelo meu corpo. Fazia círculos e desenhos sem fundamentos pelas minhas costas, subia até a minha nuca deixando meus pelos da região totalmente eriçados, e depois descia como se aquele toque não causasse nenhum frenesi no corpo dele.
No fundo, acho que não causava. Pelo menos não tanto quanto causava no meu.
Eu sentia uma descarga elétrica, toda vez que seu hálito encostava na minha pele e quando seus lábios roçavam nos meus.
Eu sentia tremores, toda vez que ele dizia meu nome.
Então, ali deitada em sua cama, totalmente desprovida de roupa, ele me fez a pergunta mais inusitada e inocente (ao meu ver) de todos os tempos, algo como: “Você já se viu assim? De costas e de cima ?” Aconteceu em fração de segundos o que senti: uma vontade de chorar de alegria, um sentimento de ternura e uma risada saiu de mim, com a resposta mais óbvia: “Não né, acho que só se eu fosse paranormal!”, e lá veio a frase que eu menos esperava escutar: “Pois deveria tentar, é linda demais.”
O quarto escuro, iluminado apenas por alguns feixes de luz, caiu em um silêncio profundo e um tanto gostoso.
Linda .
É tão confortante escutar isso, muito melhor que: gostosa, boazuda... linda !
E ali, naquele momento, após carinhos, mãos, toques, envolvimento... Ele me disse que eu – ali, deitada de costas pra cima, nua, suada, descabelada – era linda vista de onde ele me via.
Eu nunca imaginei que aquela seria a ultima vez, e logo em seguida viria a enxurrada de mentiras. A traição.
Eu me sentia suja, não acreditava que tinha conseguido acreditar e - pior ainda – confiar naquilo !
Não é a toa que sempre escutei dizer que eram todos iguais, mas porque ?
Porque logo ele? E porque logo comigo ?
Porque teve que ser tão especial, porque apenas não acabou ali e pronto ?
Porque tantas frases bonitas, porque tantos olhares confortates, porque tantas promessas futuras?
Ou melhor, pra que ?
Se no final, era tudo irreal, história, jogo, lábia, mais uma conquista.
Se no final, só serviu para me mostrar que era mais um hábil mentiroso.
Logo comigo, que jurei incontáveis vezes nunca mais cair na mão de um canalha... de que adiantou tanto jurar, se no fim, foi onde fui parar?
Era apenas mentira, era tudo ilusão.
Tentei me confortar em tudo, até em algo que escrevi há tempos :
"Às vezes é preciso perder pra dar valor!
É preciso chorar pra aprender a amar!
É preciso confiar para se entregar!
E ainda assim a grande verdade é que, é preciso ouvir pra nunca gritar!
Todos irão sofrer um dia para saber o verdadeiro sentido da felicidade!
Se sentir saudade, procure! Se sentir vontade, faça! Se tiver medo, lute! Se perder, ESQUEÇA!"
Mas não canso de me perguntar, a cada santo segundo do meu dia: Porque comigo, pra que comigo,porque eu ?

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