Me pergunto se é o porquê de eu ainda escrever pensando em você quando o que menos quero é pensar em você. Ou se é porque no fundo eu sei que o que eu sinto, ainda existe. E você sente também. E existe dentro de você também.
Até porque, qual outro motivo você teria para me ligar em meio a madrugadas, totalmente alcoolizado, para perguntar por que tenho estado tão fria e o motivo de não te procurar mais.
Qual motivo você teria, após seis meses, para me perguntar porque eu disse que te acho tão babaca e o que me levou a ter essa enorme raiva de você.
O nome disso é mágoa.
Gerada de um bom sentimento que, por você, espero não sentir novamente.
O nome disso é decepção.
Gerada por acreditar em suas palavras cuspidas, e não apenas propriamente e carinhosamente ditas, como realmente deveria ser.
As vezes me forço a acreditar que comigo não era diferente de com todas as outras mulheres que entram e saem da sua vida o tempo todo. A grande diferença, pode ser que, talvez, eu tenha permanecido nela um pouco mais de tempo que qualquer uma outra.
Mas aí você me pega de surpresa, as cinco da manhã, querendo saber o que deu errado.
Isso me confunde. O que você quer que eu pense?
Será esse o seu real objetivo? Me confundi?
Será mesmo que você quer saber por que tudo deu errado e descobrir porque essa angústia no seu peito tem batido tão fortemente nos últimos dias?
Para essa última eu tenho um palpite: saudade.
Dói, vem triste, é fria, machuca, sabe-se lá quando vai embora e o pior: nunca vem sozinha. A saudade, sempre vem acompanha de um turbilhão de emoções angustiantes que tem o único e principal objetivo de nos fazer sofrer... Sei bem como é, já perdi a conta de quantas vezes a senti por você.
O porquê disso, também é um palpite: você está me perdendo.
Está sim, acredite. Até eu já aceitei isso em minha vida, não te ter mais nela. E essa, meu caro, era a parte mais dificil.
Não nego que ainda escrevo pensando em você. É exatamente o que estou fazendo agora. Porém, não escrevi mais a dor que a sua ausência traz, ou o quente desejo que sinto de ter você por perto a cada segunda.
Acho que eu trazia as minhas angustias até aqui pois eu preservava a dor que você me causou, pois quando eu usava o "nós" percebia que "dor" era a única coisa que me restava.
Agora escrevi pois tenho dúvidas, que você gerou ao decidir mostrar que se importa.
Pena que você decidiu mostrar tais sentimentos, tarde demais.
Já não sou completamente sua.
Sim, até porque uma parte de mim sempre vai gostar de você. Mas não mais te amar. Pois uma outra enorme parte achou alguém que tem carinho pra dar, que curou as feridas. E o carinho, muitas vezes, supre o amor e a sua dor.
O carinho ensina a ter amor, e é isso que vai acontecer.
Você percebeu que eu parei de fingir que estava discando o numero errado só para ouvir a sua voz, eu simplesmente não liguei mais. Nem mesmo por real engano.
Você percebeu que eu parei de procurar saber o que você ia fazer, não apareço mais a nenhum evento no qual você esteja, de propósito. E veja bem meu caro, se isso vier a acontecer passará a realmente ser uma mera coincidência.
Você pode ter começado a se tocar que eu não estou mais a te esperar, e que não vou mais estar. E se não percebeu algo que falta para que você pare de tentar voltar atrás, eu lhe ajudo:
Eu nunca mais vou estar a te esperar.
Quando você se perguntar o porquê dessa cara, já lhe dou a resposta: depois de tanto preservar a única coisa que restou de nós, a dor, eu ainda sou realista e percebo por mais duro que tenha sido sofrer por tudo isso... Me fez crescer. E se fosse um tempo atrás, eu diria: é tudo culpa sua. Mas hoje eu digo: eu devo isso a você...
0 comentários:
Postar um comentário